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Questões de filosofia ENEM 2018
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O texto apresenta um entendimento acerca dos elementos constitutivos da atividade do filósofo, que se caracteriza por
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conciliar o rigor da investigação à inquietude do questionamento.Esta alternativa é a correta porque reflete a ideia central do texto de Merleau-Ponty. Ele descreve a atividade filosófica como um balanceamento entre o conhecimento adquirido (o rigor da investigação) e o constante questionamento (a inquietude). Ou seja, o filósofo não se acomoda no conhecimento absoluto, mas permanece em movimento entre saber e não-saber, sempre questionando e reavaliando.
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ajustar a clareza do conhecimento ao inatismo das ideias.O inatismo se refere à ideia de que alguns conhecimentos são inatos ou pré-existentes na mente humana. Entretanto, a discussão de Merleau-Ponty não se centra em ideias inatas, mas sim no movimento contínuo entre saber e ignorância, sem referência a ideias que já estão na mente antes da experiência. Portanto, essa alternativa não reflete o que o texto aborda.
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associar a certeza do intelecto à imutabilidade da verdade.A imutabilidade da verdade sugere que há verdades que são estáticas e permanentes, enquanto o texto de Merleau-Ponty fala do filósofo como alguém que está sempre em movimento entre o saber e a ignorância. Isso sugere uma verdade mais dinâmica do que imutável, e essa alternativa não se alinha com o espírito de reflexão contínua mencionado no texto.
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compatibilizar as estruturas do pensamento aos princípios fundamentais.Esta alternativa sugere uma compatibilização entre estruturas de pensamento e princípios fundamentais, mas o texto de Merleau-Ponty destaca o contínuo movimento entre savoir e não savoir (saber e ignorância). Este movimento é mais dinâmico e não fala diretamente de compatibilização com princípios fundamentais, mas sim de repouso temporário nesse movimento constante.
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reunir os antagonismos das opiniões ao método dialético.O método dialético é uma forma de argumentação que busca examinar posições opostas para chegar a uma verdade mais profunda. No entanto, o texto de Merleau-Ponty enfatiza mais a relação entre o saber e a ignorância, e o repouso nesse movimento, do que uma síntese de antagonismos. Então, essa opção não captura precisamente a ideia central apresentada no texto.
Tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em que todo homem é inimigo de todo homem, é válido também para o tempo durante o qual os homens vivem sem outra segurança senão a que lhes pode ser oferecida por sua própria força e invenção. HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1983. TEXTO II
Não vamos concluir, com Hobbes que, por não ter nenhuma ideia de bondade, o homem seja naturalmente mau. Esse autor deveria dizer que, sendo o estado de natureza aquele em que o cuidado de nossa conservação é menos prejudicial à dos outros, esse estado era, por conseguinte, o mais próprio à paz e o mais conveniente ao gênero humano. ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1993 (adaptado).
Os trechos apresentam divergências conceituais entre autores que sustentam um entendimento segundo o qual a igualdade entre os homens se dá em razão de uma
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tradição epistemológica.Tradição epistemológica refere-se ao legado ou corrente de teorias de conhecimento dentro da filosofia. A igualdade entre os homens, nos textos dados, está sendo discutida em função da condição natural e original, não de como o conhecimento tem sido abordado historicamente. Portanto, essa alternativa não se aplica corretamente à discussão entre Hobbes e Rousseau apresentada nos textos.
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predisposição ao conhecimento.A predisposição ao conhecimento se refere à capacidade ou abertura natural dos seres humanos para aprender e compreender o mundo ao seu redor. Quando falamos de igualdade entre os homens, não estamos nos referindo especificamente à capacidade de conhecer, mas sim a algo mais fundamental como a condição igual no estado de natureza, como propõem Hobbes e Rousseau. Portanto, esta alternativa está incorreta para a questão proposta.
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condição original.A condição original diz respeito à ideia de que todos os homens são iguais devido à sua natureza ou características inatas compartilhadas, independentemente das circunstâncias sociais ou culturais. Tanto Hobbes quanto Rousseau falam sobre o estado de natureza e como as pessoas são iguais nesse estado porque estão diante das mesmas condições básicas de existência. Então, os textos estão se referindo a essa igualdade fundamental e primária, que é uma condição original. Por isso, essa alternativa está correta.
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submissão ao transcendente.Submissão ao transcendente sugere que a igualdade entre os homens está relacionada à deferência ou respeito por algo além de si mesmos, como Deus ou um princípio universal. No entanto, Hobbes e Rousseau estão discutindo conceitos de estado de natureza e relações humanas, sem trazer essa questão transcendente para a igualdade. Logo, essa alternativa está incorreta nesse contexto.
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vocação política.Vocação política geralmente se refere à disposição ou inclinação dos indivíduos para participar da vida política ou governar. No entanto, os textos discutem o estado de natureza e a igualdade original entre os homens antes da formação de sociedades politicamente estruturadas. Assim, a igualdade não é tratada como uma vocação política, mas sim como uma condição primária dos seres humanos no estado de natureza. Por isso, essa alternativa está incorreta.
No ambiente cultural do Antigo Regime, a discussão filosófica mencionada no texto tinha como uma de suas características a
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conciliação entre revelação e metafísica platônica.Esta alternativa está incorreta. A revelação, como aspecto da fé religiosa, e a metafísica platônica, que muitas vezes é uma abordagem mais filosófica e racionalista, não eram conciliadas no século XVIII de forma significativa. Na verdade, este século é marcado pelo Iluminismo, que buscava uma explicação racional do mundo, muitas vezes em contraposição à fé religiosa tradicional, incluindo a revelação divina.
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vinculação entre escolástica e práticas de pesquisa.Esta alternativa está incorreta. A escolástica é uma tradição medieval que busca conciliar a filosofia aristotélica com a teologia cristã e, no século XVIII, essa tradição já estava em declínio. O período iluminista é, de fato, marcado pela busca de novos métodos de pesquisa e conhecimento, distantes da escolástica.
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aproximação entre inovação e saberes antigos.Esta alternativa está incorreta. O século XVIII foi mais caracterizado pela ruptura com os saberes antigos do que por uma aproximação com eles. O Iluminismo trouxe uma valorização do progresso e das ideias novas em busca do conhecimento baseado na razão e na observação, o que nem sempre estava alinhado com os antigos saberes da tradição.
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contraposição entre clericalismo e liberdade de pensamento.Esta alternativa está correta. No século XVIII, a Era do Iluminismo florescia, e um dos principais debates era a contraposição entre a doutrina clerical dominante e a crescente valorização da liberdade de pensamento. Filósofos iluministas como Voltaire criticavam a igreja e defendiam a liberdade de expressão e o uso da razão.
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separação entre teologia e fundamentalismo religioso.Esta alternativa está incorreta. Embora o século XVIII tenha iniciado um movimento em direção à uma visão mais racionalista e científica que separava-se da teologia, o termo 'fundamentalismo religioso' não é apropriado para descrever as tensões daquele tempo. Fundamentalismo é um termo mais moderno, normalmente usado para descrever movimentos do século XX em diante. O foco desse período estava mais na tensão entre a razão iluminista e a autoridade religiosa do que na separação de teologia e fundamentalismo.
Uma manifestação contemporânea do fenômeno descrito no texto é o(a)
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exposição nos meios de comunicação.Esta alternativa está correta pois reflete a ideia central do texto de Debord sobre o "parecer" no contexto da sociedade do espetáculo. Na sociedade moderna, especialmente através dos meios de comunicação de massa, a aparência e a exposição tornam-se mais importantes que a posse real de qualquer coisa. O texto indica que a vida social e individual agora se baseia mais na percepção e na imagem projetada do que na realidade tangível, o que se alinha com a ideia de exposição nos meios de comunicação.
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aprofundamento da vivência espiritual.Esta alternativa está incorreta. O aprofundamento da vivência espiritual não se encaixa como manifestação do fenômeno descrito, pois foge do foco no 'parecer'. A espiritualidade frequentemente busca uma conexão mais intrínseca e autêntica, enquanto Debord fala sobre a superficialidade e a primazia da aparência.
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fortalecimento das relações interpessoais.Esta alternativa está incorreta. O fortalecimento das relações interpessoais sugere um reforço na autenticidade e profundidade do contato humano, que vai de encontro ao que Debord descreve no texto. O conceito de "parecer" refere-se a uma superficialidade nas interações, ao invés de um fortalecimento genuíno dessas relações.
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reconhecimento na esfera artística.Esta alternativa está incorreta. O reconhecimento na esfera artística não necessariamente envolve o "parecer" antes do "ter" ou "ser", conforme descrito por Debord. Enquanto a arte pode envolver aspectos de exposição e apreciação pública, ela nem sempre se alinha à ideia de superficialidade que se expressa pela simples aparência, conforme o texto sugere.
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valorização dos conhecimentos acumulados.Esta alternativa está incorreta. Embora a valorização dos conhecimentos acumulados seja importante, não está necessariamente relacionada ao conceito de "parecer" discutido por Debord no texto. A obra refere-se a como a sociedade privilegia a aparência sobre a realidade, e a valorização do conhecimento diz respeito mais ao 'ter' no sentido de posse intelectual do que ao 'parecer'.
Remanescente do período helenístico, a máxima apresentada valoriza a seguinte virtude:
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coragem, definida como fortitude na dificuldade.A coragem fala sobre enfrentar dificuldades com bravura. No entanto, a citação de Epicuro não se relaciona com a capacidade de enfrentar adversidades, mas com o controle do desejo e a moderação. Sua filosofia focava mais na autodisciplina e prazer inteligente do que na ideia de enfrentar perigos ou desafios.
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justiça, interpretada como retidão de caráterJustiça é uma virtude importante, relacionada a ser justo e agir com retidão. No entanto, a frase de Epicuro não está relacionada a esse tipo de comportamento ou de ação moral em relação aos outros. Ao invés disso, ela está focada no controle e na moderação do próprio desejo pessoal.
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prudência, caracterizada pelo correto uso da razão.A prudência realmente está relacionada com o uso da razão para tomar decisões sábias, mas a frase de Epicuro está mais relacionada ao autocontrole e à moderação, o que é característico de outra virtude. Epicuro geralmente enfatizava a importância de viver de uma maneira simples e com moderação para alcançar a felicidade, o que não se alinha diretamente com o conceito de prudência.
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temperança, marcada pelo domínio da vontade.Temperança é a virtude que envolve moderação e domínio sobre os próprios desejos e prazeres, o que é exatamente o que a máxima de Epicuro exalta. Ele acreditava que para alcançar a felicidade era necessário controlar os desejos e ser capaz de se contentar com menos. Epicuro defendia a prática da temperança como um meio de encontrar o equilíbrio e a satisfação na vida, eliminando a necessidade incessante de querer mais. Por isso, essa é a alternativa correta.
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esperança, tida como confiança no porvir.A esperança refere-se a ter confiança ou expectativa positiva sobre o futuro. No entanto, a máxima de Epicuro não está falando sobre expectativas para o futuro, mas sim sobre contentamento e a capacidade de controlar desejos e vontades. Epicuro acreditava que a felicidade estava na satisfação com menos, e não na esperança para o futuro.
O texto apresenta uma elaboração teórica de Tomás de Aquino caracterizada por
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sustentar racionalmente doutrina alicerçada na fé.Esta alternativa está correta. Tomás de Aquino está, de fato, tentando sustentar racionalmente uma doutrina que é tradicionalmente baseada na fé. O argumento apresentado baseia-se na lógica e na razão para provar a existência de Deus, o que alicerça a doutrina na razão além da fé. Sua abordagem teórica busca dar um suporte racional a uma crença que, normalmente, depende de um sentido mais religioso e de confiança espiritual.
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flexibilizar a interpretação oficial dos textos sagrados.Esta alternativa está incorreta. A flexibilização da interpretação dos textos sagrados implicaria em oferecer novas interpretações ou alternativas para as escrituras. No entanto, o texto apresentado discute o uso de argumentação lógica para provar a existência de Deus, não uma alteração ou flexibilização de interpretações já existentes dos textos sagrados.
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reiterar a ortodoxia religiosa contra os heréticos.Esta alternativa está incorreta. "Reiterar a ortodoxia religiosa" seria afirmar ou reforçar a crença tradicional sem o uso de argumentos racionais. No entanto, o argumento de Tomás de Aquino é uma tentativa de provar racionalmente a existência de Deus, não uma simples reafirmação da ortodoxia contra heréticos. Ele se utiliza de uma abordagem filosófica para sustentar suas proposições, não se limitando a combater heresias ou a reafirmar tradições religiosas.
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explicar as virtudes teológicas pela demonstração.Esta alternativa está incorreta. O texto não está explicando as virtudes teológicas, mas sim apresentando um argumento lógico a favor da existência de Deus. Tomás de Aquino não está focado em virtudes específicas como fé, esperança e caridade, que são as virtudes teológicas clássicas. O foco do texto está na tentativa de uma demonstração racional da existência divina, não na explicação das virtudes.
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justificar pragmaticamente crença livre de dogmas.Esta alternativa está incorreta. A palavra "pragmaticamente" sugere que a defesa da existência de Deus se daria por razões práticas e utilitárias, o que não é o caso no argumento de Tomás de Aquino, que está embasado na racionalidade e na lógica. Além disso, o trecho fala sobre um argumento lógico e não sobre uma crença livre de dogmas. Tomás de Aquino busca uma justificativa racional para a existência de Deus, não uma justificativa pragmática ou que desconsidere dogmas.
A questão da eternidade, tal como abordada pelo autor, é um exemplo de reflexão filosófica sobre a(s)
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certezas inabaláveis da experiência.Ao afirmar "certezas inabaláveis da experiência", essa alternativa sugere que o trecho discute experiências humanas universais e suas certezas. Contudo, Agostinho está justamente levantando questões para desafiar e criticar a aparente certeza sobre como concebemos o tempo e a eternidade, principalmente em relação a Deus. Logo, essa alternativa está incorreta, pois o argumento é mais sobre questionar do que afirmar certezas.
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natureza universal da criação.Essa alternativa sugere que a questão abordada por Agostinho se refere à "natureza universal da criação". No entanto, o trecho está mais focado na ideia de eternidade e do tempo em relação à vontade de Deus, em vez de diretamente na natureza da criação em si. Agostinho está realmente lidando mais com questões de tempo e mudança em Deus ao invés da universalidade da criação, então esta alternativa está incorreta.
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essência da ética cristã.Esta alternativa relaciona a questão com a "essência da ética cristã", mas o trecho fornecido das Confissões de Agostinho não trata diretamente de ética. Agostinho está discutindo a filosofia do tempo e da eternidade, e não temas de natureza ética ou moral. Portanto, essa alternativa está incorreta.
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abrangência da compreensão humana.Esta é a alternativa correta. Agostinho está questionando a capacidade humana de compreender a eternidade e a relação de Deus com o tempo. Ele está desafiando ideias preconcebidas sobre o tempo, eternidade e a vontade divina, e isso se relaciona com a "abrangência da compreensão humana" na medida em que investiga os limites e a natureza do nosso entendimento sobre conceitos transcendentes.
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interpretação da realidade circundante.A alternativa sugere que a questão aborda a "interpretação da realidade circundante", mas o foco do trecho é uma discussão filosófica sobre o tempo e a eternidade, em vez de uma interpretação direta da realidade física ou material que nos cerca. Assim, a ênfase de Agostinho não está na realidade circundante, mas sim nos conceitos filosóficos, tornando essa alternativa incorreta.
No contexto da produção científica, a necessidade de reconstrução desse modelo, conforme exposto no texto, foi determinada pelo confronto com um(a):
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conclusão operacional obtida por lógica dedutiva.Esta alternativa está incorreta. A lógica dedutiva é um processo de raciocínio que parte de premissas para chegar a uma conclusão lógica. No contexto do texto, a revisão do modelo não foi baseada em um processo lógico dedutivo, mas sim em uma abordagem prática e empírica observada nas comunidades de seringueiros.
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conhecimento empírico apropriado pelo senso comum.Esta é a alternativa correta. Os seringueiros do Alto do Juruá, através de sua prática cultural e conhecimento empírico das áreas de caça, conseguiam prever uma sustentabilidade não percebida pelo modelo originalmente proposto. Isto demonstra que tinham um conhecimento empírico que não estava formalizado na ciência tradicional, mas era baseado em vivências e observações feitas por eles, tornando-se, portanto, parte do "senso comum" desses grupos.
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visão de mundo marcada por preconceitos morais.Esta alternativa está incorreta. O texto não menciona preconceitos morais como sendo a causa da revisão do modelo científico. A reconstrução do modelo de "produção sustentável" surgiu de uma observação empírica e práticas alternativas dos seringueiros, não de qualquer julgamento moral ou visão preconceituosa do mundo.
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padrão de preservação construído por experimentação dirigida.Esta alternativa está incorreta. O texto não fala sobre experimentação ou métodos científicos dirigidos como a base para a criação do novo modelo. O conceito de "fonte-ralo" surgiu da observação empírica dos seringueiros e sua prática de convivência com a fauna local, algo que foi reconhecido cientificamente posteriormente. Portanto, não se tratou de experimentação direcionada.
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hábito social condicionado pela religiosidade popular.Esta alternativa está incorreta. O texto não menciona qualquer relação entre a revisão do modelo e hábitos sociais associados à religiosidade. O fator determinante para a revisão do modelo foi a prática empírica dos seringueiros com relação às áreas de refúgio de caça, sem qualquer indicação de influência religiosa.
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